Hoje vamos falar sobre dicas para uma vida saudável: alimentação, exercícios, suplementos. A Medicina da atualidade muitas vezes se baseia no diagnóstico de uma patologia e em seu tratamento. Este, na maior parte dos casos, é medicamentoso ou cirúrgico. Com o avanço da ciência e tecnologia, a cada ano surgem remédios e técnicas cirúrgicas mais avançadas e menos invasivas.
➡ Entretanto, trata-se de uma Medicina reativa. A Medicina preventiva, tão importante para evitar o aparecimento de doenças, vem sendo deixada de lado, infelizmente.
➡ Esse post trata exatamente da busca por uma vida de qualidade, uma vida saudável, não com o intuito apenas de tratar doenças, mas sim de impedir que elas aconteçam.
Equilíbrio é a chave do sucesso!
➡ Como tudo na vida, equilíbrio é a chave do sucesso. Por isso que a alimentação, exercícios e saúde mental caminham lado a lado para uma vida saudável.
➡ Os ditados populares fazem parte do nosso dia a dia, muitas vezes repetimos alguns exaustivamente sem mesmo saber qual é a sua origem, mas poucas vezes paramos para refletir o quanto de sabedoria e verdade existem neles. Um destes ditados que cabe bem nessa matéria é o “melhor prevenir do que remediar”.
Dicas gerais para manter a saúde em dia
➡ Separei 7 dicas para manter sua saúde em dia:
1) Não fume: O cigarro tem cerca de 4.700 substâncias nocivas e está implicado com problemas cardiovasculares, diversos tipos de câncer e afecções pulmonares, como a doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outras.
2) Pratique exercícios físicos: Exercícios físicos regulares, pelo menos 30 a 40 minutos 3x por semana, ajudam a perder ou pelo menos manter o peso, elevam a autoestima, evitam doenças, e melhoram o humor.
3) Não se automedique: o uso de algumas medicações ou substâncias, sem aconselhamento médico, pode levar ao prejuízo temporário ou até mesmo definitivo de sua saúde.
4) Tenha uma alimentação saudável: Produtos processados, como preparações congeladas, macarrão instantâneo, mistura para sopas e bolos, molhos e temperos prontos, ou ultraprocessados, carregam muito sal, açúcar e gorduras nocivas para o organismo. Se alimente melhor! Cima comida de verdade…
5) Beba água: Beba no mínimo 2 litros de água por dia. Os especialistas preferem usar, como parâmetro, não quantidade de litros ou copos, mas um volume suficiente para deixar a urina amarelo-clara. Quanto mais clara e em maior quantidade a urina estiver, melhor! (mais neste link aqui)
6) Controle o estresse: Um dos fatores vitais nesse sentido é administrar bem o tempo, dividindo-o melhor entre atividades de trabalho, de lazer e da rotina em casa.
7) Durma bem: falta de sono altera o metabolismo e pode acabar resultando em sobrepeso e resistência à insulina, hormônio que coloca a energia para dentro das células, com consequente risco de evolução para o diabetes.
Alimentação planejada: seja proativo, não reativo
➡ A pressa, o cansaço e o estresse são inimigos de quem quer comer de forma saudável. Isso acaba se refletindo no peso. Só no Brasil, de acordo com dados recentes do Ministério da Saúde, a obesidade aumentou 67,8% entre 2006 e 2019.
➡ Isso se deve, em parte, à mudança dos hábitos alimentares da população, especialmente dos que vivem e trabalham nos grandes centros urbanos. Com menos tempo para comer, é natural que as pessoas priorizem alimentos mais rápidos, mas que geralmente são mais calóricos e menos saudáveis. Sem contar no excesso de sódio.
Cansaço, prisão de ventre, mau hálito, desânimo, problemas de pele: talvez você esteja sentindo esses e outros sintomas incômodos que atrapalham a saúde e a rotina. Saiba que a explicação para isso pode estar naquilo que você está comendo. Nem desconfiava?
➡ Todo mundo tem um gosto pessoal quando o assunto é alimentação.
Você prefere doces ou salgados?
Comidas quentes ou frias?
Gosta de cozinhar ou prefere preparações rápidas e práticas?
E qual o tempo que você tem para preparar e consumir suas refeições?
➡ As respostas a essas perguntas vão ajudar não apenas no planejamento da sua rotina alimentar, como também na escolha dos alimentos que ficarão na geladeira e na dispensa toda semana, evitando o desperdício com compras frustradas e inúteis.
➡ A ideia é você planejar sua alimentação em torno de seu dia, e não deixar a sua rotina ditar o que você vai comer. Dessa forma, você assume a rédea dos alimentos e otimiza sua saúde. Afinal de contas, devemos tratar bem nosso corpo. Só temos um.
Consumo excessivo de Sal: uma epidemia silenciosa
➡ Outro ponto que quero abordar com você é sobre o consumo de sal. O brasileiro está consumindo muito sal. Consequentemente, esse excesso acaba sobrecarregando os nossos rins, que, para eliminar esse sódio, acaba também eliminando o cálcio junto. Então quanto mais sal consumimos, mais cálcio é excretado na urina.
➡ O recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é a ingestão diária de 3 a 5g de sódio. Para os formadores de cálculo renal, esse número seria de 2 a 3g. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde 2013 (PNS/IBGE), o consumo de sal do brasileiro excedeu em quase 2 a 3 vezes o limite máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo a média nacional de 9,3 gramas. Apesar disso, apenas 12% dos brasileiros adultos têm consciência da alta ingestão de sal na alimentação diária.
Além dos cálculos renais, o consumo excessivo do sal está relacionado ao aumento do risco / agravamento de doenças crônicas, como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças renais, etc. (leia mais aqui)
➡ Para saber se você se encaixa nisso, é bem simples. Basta fazer um exame de avaliação metabólica com urina de 24 horas e dosagem de sódio. Nosso organismo não produz sódio. Assim, se estiver em excesso na urina, é porque estamos consumindo em quantidade exagerada, mesmo sem perceber.
➡ Mas onde está o sódio na alimentação de hoje em dia? Dados recentes sugerem que apenas em torno de 50% do sódio que consumimos está no sal que usamos do saleiro e para cozinhar. A maioria do sódio que ingerimos hoje em dia já vem em alimentos industrializados, ultraprocessados, etc.
➡ Para interesse geral, deixo aqui o link para o episódio de podcast no qual abordo isso de maneira bem completa (clique aqui).
Deixo aqui dicas de maneiras práticas de restringir o sal na comida
- Retirar o saleiro da mesa;
- Não colocar sal na comida sem antes experimentar;
- Trocar o sal branco pelo light ou o rosa;
- Evitar consumir alimentos industrializados e ultraprocessados;
- Não usar molhos prontos ou caldo de galinha ou sazon ou ajinomoto ou glutamato monossódico ao cozinhar;
- Evitar consumir alimentos em conserva ou frios em excesso;
- Use sempre uma colher de café para adicionar o sal;
- Substituir o sal por temperos naturais, como cebola, alho, salsa, cebolinha, orégano, coentro, limão e hortelã;
- Tenha o costume de ler rótulos: o sódio costuma ser o último ou penúltimo item; se a quantidade de sódio medida para a porção avaliada for maior que 150mg, consuma pouco ou não consuma; ainda, se a quantidade de sódio for maior que a de calorias, evite o consumo.
Alimentos Diet, Light e Zero: cuidado com os rótulos
➡ Com relação a uma alimentação saudável, muitas pessoas recorrem à produtos DIET, LIGHT e ZERO, sem saber o que são e pra quem são indicados. Apesar do que dizem algumas Fake News por aí, não existe alimento ou nutriente milagroso que vai te deixar saudável, forte e com a mente forte também.
➡ Produtos DIET, LIGHT e ZERO costumam causar confusão na hora da compra. Mas afinal, o que significa cada um desses termos e qual é o mais indicado para você? Vou explicar um pouco da diferença deles.
Light
➡ Alimento Light é aquele que tem redução de, no mínimo, 25% do valor calórico ou de algum nutriente como a gordura total ou a saturada, o açúcar, o colesterol ou o sódio, em comparação ao produto tradicional. Ele é mais indicado para aqueles que se preocupam com uma alimentação saudável, ou desejam perder peso através do consumo de um alimento com poucas calorias.
Diet
➡ Dentre os três tipos de alimento, o termo mais antigo utilizado em alimentos desse segmento é o Diet. Suas características podem abranger todos os conceitos ao mesmo tempo, numa classificação que não exclui a outra. É quando o alimento não tem um nutriente (que pode ser açúcar, gordura e proteína ou outro).
Apesar da impressão que o nome passa, esses alimentos podem ter alto valores calóricos, como no caso do chocolate, onde a versão diet tem praticamente as mesmas calorias que a comum (comum tem 133 kcal em uma porção de 25g, o diet tem 122kcal). Por essa característica de isenção total de determinado nutriente, os alimentos diet são indicados para grupos específicos: pessoas com restrições alimentares, diabéticos, hipertensos ou pessoas com colesterol elevado.
Zero
➡ Por fim, o alimento Zero, assim como o diet, possui a exclusão total de algum componente, e pode ser zero açúcar, zero gordura, zero sódio, entre outros. Para quem é indicado alimentos zero? Essa categoria de alimentos é indicada para pessoas que desejam reduzir peso e para os portadores de diabetes.
Portanto, se você tem algum tipo de doença como hipertensão ou diabetes, ou se tem alguma restrição alimentar, a dica final que fica é: leia todo o rótulo e composição dos alimentos que está comprando. Não se baseie apenas na classificação: Diet, Light, Zero.
Atividade Física: da prevenção ao tratamento de doenças.
➡ A atividade física é um fator importante na prevenção primária e secundária, bem como no tratamento das várias doenças. E com relação ao pré e pós-cirúrgico, não é diferente. Mas cabe ressaltar, a realização de exercícios físicos nesse contexto deverá ser acompanhada por um profissional habilitado.
➡ O recomendado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, que segue protocolos internacionais, é a realização de exercícios físicos regulares, pelo menos 30 a 40 minutos 3x por semana, evitando o sedentarismo. Os benefícios não se restringem ao corpo, mas com a liberação de hormônios, humor e mente saem ganhando também.
➡ A realização de atividades físicas antes do procedimento cirúrgico é uma boa prática. Sempre digo aos meus pacientes que a cirurgia é como uma mini maratona. Quanto mais preparado chegamos nela, maior a chance de sairmos ilesos e com rápido retorno às atividades habituais.
Diversos benefíciosda atividade física
➖melhoria da aptidão cardiorrespiratória;
➖facilidade na cicatrização;
➖favorecimento da recuperação pós-operatória;
➖redução do risco de complicações cirúrgicas;
➖controle adequado do diabetes com redução de seus riscos.
➡ Práticas moderadas e leves, a exemplo da caminhada, da natação e mesmo da musculação, têm seu valor, auxiliando nos tratamentos urológicos.
➡ Já no pós-cirúrgico, exemplos clássicos de atividade física para mais rápida reabilitação pode ser encontrado na fisioterapia do assoalho pélvico, usada após procedimentos de incontinência urinária masculina e feminina, além dos procedimentos prostáticos.
➡ Não fique parado!
Uso de Suplementos com bom senso
➡ Antes de iniciar uma rotina de atividade física, o ideal é sempre passar por uma consulta médica. A maioria das academias inclusive exige isso. O urologista pode lhe auxiliar nessa questão. Consulte o especialista.⠀
➡ Se você já frequentou academias, eventualmente já ouviu alunos e instrutores conversando sobre a ampla variedade de produtos que prometem auxiliar na perda de peso, no aumento da musculatura e na melhora da estética corporal e do rendimento físico. No entanto, é pouco provável que você tenha escutado falar sobre os possíveis efeitos adversos que o uso da suplementação sem indicação pode trazer, em especial para o trato urinário.
A verdade sobre o uso de aminoácidos
➡ Na realidade, o uso de aminoácidos e suplementos similares não são o problema e, sim, o seu uso indiscriminado. O whey protein, mais famoso dessa categoria de suplementos, não causa problema renal se usado de forma correta. O que se sabe pela literatura médica é que o excesso de proteína obriga os rins a trabalhar mais.
Isso, a longo prazo, pode causar insuficiência renal e/ou cálculo renal em indivíduos que não se hidratam adequadamente ou que usufruem de doses altas e exageradas da substância. Ou então naqueles que já possuem uma predisposição genética a uma menor tolerância segura ao suplemento. Para mais informações sobre uso de aminoácidos e risco de cálculo renal, acesse este episódio de mu podcast (link aqui).
Antes de iniciar uma rotina de atividade física, o ideal é passar por uma consulta médica. Uma pessoa jovem e saudável pode ter predisposição à doença renal sem sequer suspeitar. Isso porque ela é silenciosa em seu início, não gera sintomas e pode levar até 20 anos para evoluir e se manifestar. Se não for investigada, o indivíduo vai perceber o problema só quando o rim já estiver doente.
➡ O consumo desregulado dessa e de outras substâncias como hormônios (orais e injetáveis), estimulantes neurológicos, entre outras, pode levar a vários problemas, desde falência do fígado, pedra nos rins, diabetes e até mesmo infarto do miocárdio. Por isso, seguir com acompanhamento e orientação médica é vital.
➡ Recentemente um paciente meu teve que ser operado na urgência por ter formado em poucas semanas um cálculo de ácido úrico por excesso no uso de aminoácidos de academia. Graças a Deus ficou bem, mas o desfecho poderia ter sido outro.⠀
➡ Em longo prazo, o exagero recorrente na ingestão de suplementos provoca uma hiperfiltração dos rins. Ou seja, o órgão vai trabalhar em excesso, o que pode levar a um esgotamento precoce de suas funções. E isso pode ser irreversível.⠀
➡ Por isso, pessoas com histórico familiar de doenças renais, diabéticos, hipertensos, obesos e pessoas acima de 50 anos devem somente consumir suplementos mediante a prescrição de um médico.
➡ Como tudo na vida, equilíbrio é a chave do sucesso. O exagero na suplementação de proteína pode levar a uma sobrecarga nos rins, o que pode trazer problemas como cálculo renal e até doença renal crônica.
➡ Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje pela sua saúde!
📌Dúvidas? Entre em contato através do WhatsApp ou e-mail
Dr. Giovanni Marchini – CRM-SP 124.952
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