Você já ouviu falar nesse acrônimo SMART? Ele foi desenvolvido para que possamos lembrar de forma rápida e prática que nossos objetivos e metas devem ter características peculiares para serem mais realistas. Ajuda a concentrar nossos esforços no que realmente importa.
Já sentiu que não consegue terminar seu trabalho, finalizar tarefas, ou chegar onde sempre sonhou? Essa sigla SMART serve para evitar que passemos pela vida sem nada alcançar, pulando de emprego em emprego, tarefa em tarefa, com a sensação de estarmos apenas seguindo com a maré sem um propósito maior. Definir suas metas é tão importante quanto o caminho em si. E saber exatamente quais são os objetivos é essencial para avaliar se realmente chegamos lá ou não. Você, ao sair de casa, liga seu Waze sem colocar o destino? Parece bobo né, mas às vezes é isso que fazemos com nossa vida. Vamos seguindo sem um rumo. Mas como mudar isso?
Bom, o primeiro ato importante que recomendo é a simples rotina de definirmos nossas metas (curto e médio prazo) e objetivos (longo prazo) com alguma periodicidade. Em geral, faço isso nas viradas de ano. Em algumas situações, revejo minhas metas e objetivos no meio do ano. Mas você deve determinar suas datas de acordo com a sua realidade. Isso nos ajuda a relembrar o propósito maior que estamos buscando, e a permite que cobremos a nós próprios em relação ao que traçamos lá atrás, corrigindo o curso das coisas quando necessário.
Mas o que significa essa sigla SMART? Veja a seguir:
- S = Specific (Específico)
- M = Measurable (Mensurável, que pode ser medido)
- A = Achievable (Alcançável)
- R = Relevant (Relevante)
- T = Time bound (Com Prazo)
Vamos agora detalhar um pouco cada uma desses itens para que possamos entender sua real importância.
1. Específico.
Seu objetivo deve ser claro e específico. Isso lhe permite concentrar seus esforços para alcançá-lo. Aumenta sua motivação. Uma forma fácil de ser bem específico é utilizar alguns itens do plano de ação 5W2H já discutido em outro post, se recorda? De forma simplificada, defina: o que quer realizar (what), porque quer realizar (why), quem vai realizar (who), onde vai realizar (where), quando vai realizar (when), com quais recursos vai realizar (how much), e como vai realizar (how).
Vamos usar de exemplo a seguinte situação, muito comum hoje em dia: se você deseja iniciar atividade física para emagrecer, sua meta não deve ser “quero iniciar exercícios para perder peso”, mas sim “quero fazer atividades físicas aeróbicas 3x por semana na academia de meu condomínio sob supervisão de meu instrutor a fim de perder 10Kg de peso em até 3 meses, iniciando na próxima semana”. Ficou clara a diferença entre as metas?
2. Mensurável
Como sempre é dito no início de cursos de gestão, não se pode gerenciar aquilo que não se mede. Aqui a regra é a mesma, como saber se um objetivo foi alcançado sem se medir? É importante que as metas sejam mensuráveis para que você possa acompanhar seu progresso, permanecer motivado, e corrigir o curso se algo sair do previsto.
Seguindo o exemplo anterior, a meta já continha o número de exercícios por semana, o valor de peso a ser perdido, e o tempo máximo para isso ser alcançado. Você pode ainda colocar pontos intermediários de avaliação, como medidas mensais de peso e de número de atividades físicas semanais alcançadas. Isso permite correções finas ao longo do percurso.
3. Alcançável
Parece bem óbvio que sua meta deve ser realista para que se consiga chegar ao sucesso, mas nem sempre isso é tão fácil de se perceber assim. Temos que levar em consideração que podemos enfrentar problemas no meio do caminho, que algumas tarefas podem exigir mais de nós mesmos, que talvez precisemos aprender novas habilidades, e que nem tudo está sob nosso controle – existem fatores externos a serem considerados.
Por outro lado, isso gera uma motivação adicional para que encontremos recursos e formas de nos ajudar a chegar onde queremos. Tais estratégias poderiam passar despercebidas.
No exemplo anterior, ao definir a meta, se eu não tiver recursos financeiros para pagar um instrutor, ele não poderia constar na meta. Eu poderia substituí-lo por “ir à academia com um amigo próximo com meta parecida”, por exemplo. Da mesma forma, se estava prevista uma reforma na academia na qual a esteira de corrida fosse ficar desativada 2 meses, como eu poderia contar com ela em minha meta? Poderia então trocá-la por uma corrida no parque. Por fim, se eu definisse que o peso a ser perdido era de 20Kg, a meta ficaria praticamente impossível de ser atingida. Entenderam a importância de uma meta ser realizável? Metas irrealistas apenas geram frustrações e devem ser evitadas.
4. Relevante
Mais uma vez, parece irracional se buscar uma meta que seja irrelevante em nosso dia a dia. Mas será que isso é tão raro assim? Não, é muito mais comum do que imaginamos. E temos sempre que fazer uma análise crítica de nossas metas para avaliar se são realmente importantes para nós, e se elas se alinham com outras metas relevantes em um contexto mais geral de nossas vidas.
Uma forma de saber se a meta é relevante é se questionar:
“Isso parece valer a pena neste momento de minha vida?”
“Isso vai de encontro aos outros esforços que venho realizando?”
“Eu sou a pessoa certa para alcançar esse objetivo?”
“Isso tem sentido na atual situação socioeconômica que me encontro?”
Seguindo o exemplo que estamos usando, devemos nos perguntar se realmente estamos em uma fase de procura de melhora de qualidade de vida, no âmbito físico e emocional. Adianta eu traçar essa meta de emagrecimento se em paralelo não mudarei meus hábitos alimentares e compulsão por doce, por exemplo? Claro que não. Se fui recentemente diagnosticado com pré-diabetes, hipertensão e síndrome metabólica, faz sentido aquela meta? Sim, totalmente! Fazer essas perguntas a nós mesmos, e até registrá-las em papel, nos ajuda a manter o foco na meta e a enxergar o cenário macro no qual ela se encaixa. A motivação aumenta ainda mais e nos cobramos de forma mais realista, pois fica claro a busca por algo maior, que a meta é apenas um dos pequenos passos para se chegar lá.
5. Prazo
Traçar uma meta com prazo é dar data limite para se chegar a um lugar. Não há outra forma de se definir uma meta eficiente. Não ter prazo é não ter limites, gera sensação de liberdade e perdemos o foco. O ser humano simplesmente não consegue lidar em sua mente com a falta de um prazo. Sempre acaba adiando as tarefas para o último minuto, se é que esse último minuto existe. Prazo significa sim cobrança, mas não precisa ser algo que gere estresse e/ou frustração. É apenas uma forma de nos mantermos atentos ao nosso progresso (ou não) entre um ponto e outro. O prazo pode também ser fragmentado em partes menores para que consigamos otimizar mais ainda os pequenos passos de nosso caminho. Por fim, e não menos importante, entender o motivo do prazo ser aquele é essencial para que o valorizemos. Ninguém respeita um prazo com o qual não concorda. E, em geral, quem não concorda o faz por não entender o motivo real que determinou aquela data. Comunicação é essencial nesse aspecto.
Ainda usando o exemplo acima, determinamos que o prazo seria de 3 meses. Com reavaliações mensais para correções na frequência e intensidade dos exercícios. A data de 3 meses foi determinada pelo fato de ser a época da nova coleta de exames e medida de pressão arterial, verificando se houve melhora do que antes encontrava-se alterado. O prazo faz mais sentido para você, leitor, agora? Claro. Além disso, a meta sem esse prazo não faria sentido, perder 10Kg em quanto tempo? 1 ano? Não teria por que ser dessa forma. Saber que em 3 meses sua saúde será reavaliada é um grande motivador. Então o número 3 não foi criado sem embasamento. Entendeu o raciocínio?
Uma análise crítica da ferramenta SMART
O SMART é uma ferramenta bem estabelecida que pode ser utilizada para planejar e atingir objetivos. Ao usar o SMART, você pode criar objetivos claros, atingíveis, significativos, e desenvolver a motivação, o plano de ação e o apoio necessário para alcançá-los dentro do tempo designado.
Essa ferramenta permite que você defina metas com clareza e foco, gerando maior motivação para que tenha sucesso em atingir seus objetivos. Ajuda a melhorar sua capacidade de atingir seus objetivos no tempo pré-determinado, podendo ser usada em qualquer lugar, sem custo ou necessidade de material auxiliar. Isso denota sua praticidade no dia a dia.
Entretanto, alguns autores usam outras palavras no acrônimo SMART e com isso pode haver perda de eficácia. Além disso, alguns defendem que o SMART não funciona bem para objetivos de longo prazo, pois haveria falta de flexibilidade. Isso na verdade é uma interpretação equivocada, pois metas e objetivos podem sim ser modificados à luz de novos acontecimentos, e podem ser fragmentadas em tarefas menores. Por fim, definir e planejar suas metas e objetivos pode parecer impedir a criatividade de ser usada ao longo do caminho. Esse ponto é também facilmente rebatido com o argumento de que, na verdade, ao definirmos metas SMART, temos que usar nossa criatividade para desenvolver modos de alcançá-las diante de dificuldades ao longo do percurso. Resiliência faz parte do processo.
A importância de se aproveitar a jornada – SMART
Para finalizar este artigo, devo ressaltar que definir metas e objetivos nos ajuda a lembrar o motivo maior pelo qual estamos fazendo as tarefas dentro de nossa rotina. Do contrário, tudo perde o sentido e a vida passa sem nenhum significado. Entretanto, há um ponto crucial a ser destacado. A meta definida ajuda a mostrar o rumo a um destino. Isso não quer dizer que o modo como encaramos esse trajeto não tem importância. Muito pelo contrário. Aproveitar a jornada é o que realmente nos faz humanos e nos leva à felicidade. E isso independente de se chegar ao destino exatamente como planejado. Sempre deve haver margem para flexibilização.
Ainda, ao se avaliar se o objetivo foi alcançado, claro que o mais intuitivo é julgar de forma categórica e binomial: sim ou não; sucesso ou fracasso; erro ou acerto. Mas isso apenas gera frustração se a meta não foi alcançada. E se ela foi alcançada, surge um sentimento de satisfação, mas ao mesmo tempo cria-se automaticamente uma cobrança por resultados futuros. Cumprir tarefas, alcançar metas e atingir objetivos é muito gratificante, mas um sucesso parcial nunca deve ser encarado como uma derrota. E isso é muito comum no dia a dia, todos julgam a si mesmos e cobram uns aos outros pelos resultados, e não pelo esforço desprendido ou pelo progresso obtido. É o famoso olhar apenas a metade vazia do copo. Da natureza humana.
Temos que criar o hábito de traçar metas SMART. Mas ao mesmo tempo temos que saber enxergar tudo que foi alcançado rumo àquele objetivo, independente do resultado final. Olhar a parte cheia do copo. Dessa forma, evitamos frustrações desnecessárias e aprendemos a encarar a vida de uma forma mais suave, linear e contínua, não tudo ou nada. Aprender com os acertos parciais sem se punir por isso é um exercício difícil, mas que deve ser desenvolvido ao longo do constante aprendizado que é a vida. Melhorarmos com isso na esfera pessoal, familiar, profissional, acadêmica. A única verdadeira forma de errar é nunca ter a coragem de se traçar metas pelo simples medo de falhar.
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