Prevenir cálculo renal deve ser sempre o primeiro objetivo. Mas caso o cálculo já esteja presente como diagnosticar e tratar esse problema.
Como as pedras nos rins podem ser diagnosticadas?
Na maioria dos casos, a litíase urinária é descoberta na ocasião dos sintomas descritos no post anterior. Entretanto, a pedra no rim pode ser assintomática e reconhecida em exames de rotina. A ultrassonografia e o raio-X de abdome são classicamente os exames iniciais no diagnóstico do cálculo urinário, mas o exame com maior precisão é a tomografia computadorizada sem a necessidade do uso de contraste, a qual atualmente vem sendo realizada já desde o início do quadro em diversos serviços de saúde de excelência. Ela é o exame chamado de padrão-ouro no diagnóstico das pedras de rim, pois identifica cálculos de qualquer tamanho, formato, localização, e inclusive mede a densidade (“dureza”) da pedra.
Se não pude prevernir cálculo renal, quais as principais formas de tratar?
O tratamento do cálculo renal depende do tipo de cálculo, tamanho, dureza, e acima de tudo dos sintomas. Em linhas gerais, cálculos pequenos de até 5 mm podem ser acompanhados se assintomáticos, mas o portador de litíase deve saber dos riscos deste seguimento sem intervenção, expostos no texto anterior.
Para cálculos renais maiores, de até 20 mm, podemos optar por litotripsia extra-corpórea por ondas de choque (LECO) ou cirurgia endoscópica sem corte pelo canal da urina. O primeiro (LECO) é tratamento mais antigo, ainda utilizado em casos restritos que possuam características favoráveis para seu sucesso (exemplo: pedras em pequeno número, pequenas em tamanho, não muito duras pela tomografia, e em localização favorável para migração depois de fragmentadas). A última se chama nefrolitotripsia transureteroscópica flexível (chamada popularmente de “flexível”) e é o tratamento mais moderno e especializado, no qual o laser é empregado.
Para cálculos maiores de 20 mm ou na falha das técnica anteriores, empregamos a nefrolitotripsia percutânea. É cirurgia na qual desenvolve-se um trajeto do rim à pele e por meio desta comunicação utiliza-se equipamentos específicos que quebram e aspiram os cálculos. Trata-se de tratamento com um risco um pouco mais elevado e que deve ser realizado por urologista altamente treinado na técnica.
O tratamento clínico concomitante ao cirúrgico é de extrema importância. Baseia-se na composição do cálculo e principalmente nos distúrbios metabólicos do portador de litíase. Procure um especialista na área para fazer sua avaliação metabólica.
Não consegui prevenir cálculo renal e já tive pedra nos rins – tenho maior risco de ter novos cálculos?
Infelizmente sim. Sem tratamento preventivo, até 70% dos pacientes que tiveram pedra no rim terão outro episódio semelhante. Ou porque não modificaram adequadamente seus hábitos alimentares ou porque o tratamento não conseguiu eliminar completamente o cálculo, deixando resíduos que resultam em nova precipitação de cálculo.
Apesar da litíase renal não ter a gravidade de doenças como os cânceres, é uma patologia recorrente e por isso merece atenção e seguimento especial. Se não tratada, pode levar a insuficiência renal e até mesmo perda do rim ou da vida. Estima-se que, no mundo, até 4 a 5% dos pacientes em diálise teve perda completa da função dos rins por motivo de cálculos renais não tratados de forma adequada.
Como faço para prevenir cálculo renal?
Prevenir cálculo renal varia caso a caso. Em linhas gerais, a maneira mais barata, simples e prática de evitar a formação de cálculos renais é manter a hidratação suficiente para que o débito urinário em 24 horas seja maior que 2 litros. Portanto, deve-se ingerir mais de 2 litros de líquidos por dia. Para fins práticos, um copo de tamanho normal contém de 200 a 250mL de líquido. Muitas frutas (ex: melancia, melão) e alimentos (sorvete, gelatina, pudim) têm água. Mas o ideal é que se tome muita água e sucos naturais, principalmente de limão e laranja. Evite refrigerantes e sucos que contenham muito oxalato ou sódio (ex: frutas vermelhas).
Os sucos cítricos de limão e laranja merecem destaque pelo fato de terem altas concentrações de citrato, que eliminados na urina tum como importante inibidor da agregação do cálcio, diminuindo o ritmo de formação dos cálculos de oxalato e fosfato de cálcio.
E relação às proteínas, a quantidade ideal diária para formadores de cálculo renal são 2 porções de 90-100g (tamanho de um maço de cartas) de frango, carne ou peixe. O controle da ingesta de proteínas é indicado também em pessoas com problemas no fígado, como hepatite ou cirrose. Diminuir o consumo de proteína também auxilia no controle do consumo de sódio. A carne vermelha é a que mais deve ser evitada, enquanto a carne branca pode ser ingerida, mas em quantidade razoável, sem excesso.
Preparação para o Exame de urina
O exame de urina de 24 horas deve sempre ser solicitado pelo urologista quando os cálculos atingem ambos os rins, em crianças, em casos recorrentes, nos casos de cálculos metabólicos, entre outros (ver imagem). Esse exame vai guiar o tratamento e a prevenção e o especialista indicará o melhor caminho a ser seguido. Ele ajuda no delineamento de medidas específicas para o metabolismo de cada um, deixando o tratamento mais direcionado e particularizado.
Outras medidas ditas gerais, ou seja, antes da coleta da urina de 24 horas, são a diminuição na ingesta de sódio e de proteínas, com atenção especial à carne vermelha. O excesso de sal faz mal não só para o rim, mas também está associado em alguns trabalhos populacionais (discutíveis) ao aumento da pressão arterial e risco cardio-vascular. A eliminação de sódio na urina é acompanhada pela de cálcio, aumentando os riscos para esse tipo de cálculo. O ideal é usar pouco sal já no preparo da comida, e não só depois ao temperá-la. A quantidade ideal diária de sódio é de até 2400mg para quem é formador de cálculos renais. lembrando que o sal de mesa tem 40% de sódio, e que hoje me dia grande fonte de sódio são produtos industrializados, embutidos, molhos prontos, e frios.
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