Cistite, Pielonefrite Aguda e Abscesso Renal: Entenda a diferença e aprenda mais…
As infecções do trato urinário (ITU) incluem cistite, que é uma infecção do trato urinário inferior (bexiga), e pielonefrite, que é uma infecção do trato urinário superior (rins e pelve renal), e são caracterizadas pela presença de patógenos microbianos no trato urinário, causando infecção.
Cistite
As ITU são 6 vezes mais frequentes em mulheres do que em homens, e isso se deve principalmente à anatomia do trato feminino, que, com a uretra mais curta e mais exposta, permite mais fácil ascensão de patógenos.
É difícil estimar a sua incidência, já que na maioria das vezes o seu tratamento é ambulatorial. O que se sabe é que as ITU representam a principal causa de infecção hospitalar, por isso, merecem a nossa importância e estudo.
Pielonefrite Aguda
A pielonefrite é uma infeção do trato urinário. Frequentemente, ocorre por via ascendente, iniciando-se com a proliferação de microrganismos a partir da uretra, com posterior alcance de um ou ambos os rins.
Esta infecção requer atenção médica imediata, pois quando não tratada atempada e adequadamente, pode danificar de forma irreversível o tecido renal, disseminar-se através da corrente sanguínea (septicemia) e provocar uma situação fatal.
Os sinais e sintomas da pielonefrite surgem, geralmente, cerca de 2 dias após a infecção, podendo variar na sua intensidade. Entre os mais característicos destacam-se:
– Mal-estar geral;
– Náuseas e vômitos;
– Febre;
– Dor abdominal, no dorso ou na região inguinal;
– Micção dolorosa ou com sensação de “ardor” local;
– Aumento do nº micções e da vontade de urinar;
– Urina turva e com odor intenso;
– Sangue na urina;
– Confusão mental (mais frequente em idosos).
Quando não detectada e tratada atempadamente, a pielonefrite pode aportar diversas consequências graves para o doente:
– Infeção grave/ sépsis;
– Infecção recorrente;
– Cicatrizes renais;
– Insuficiência renal;
Abscesso Renal
Dentre essas condições, podemos destacar o Abscesso renal: O quadro pode variar desde febre persistente mesmo após início de antibioticoterapia, até evolução para sepse. Os germes envolvidos geralmente são o S. aureus, Candida spp e Mycobacterium tuberculosis. A minoria pode ser de origem hematogênica, e não originada de infecção urinária. Nesse caso, não haverá clínica de pielonefrite. O tratamento geralmente consiste em antibioticoterapia + cirurgia, mas pode ser individualizado e conservador dependendo do tamanho do abscesso, por exemplo. É possível realizar drenagem via percutânea também, guiada por imagem.
Tratamento
Existem várias opções de tratamento para a pielonefrite, que variam consoante a gravidade do caso existente, tais como:
– Tratamento Medicamentoso: A prescrição de antibióticos é a primeira escolha em casos de pielonefrite aguda. No entanto, a escolha do tipo de antibiótico vai depender do fato de a bactéria poder ser ou não identificada. Inicialmente, um antibiótico mais generalizado é prescrito até que seja identificada a bactéria, podendo depois alterar-se para outro, dirigido ao microrganismo em causa. A identificação da bactéria é efetuada através de análises microbiológicas de sangue e urina. Geralmente, a sintomatologia da infecção começa a desaparecer alguns dias após o início do antibiótico. Contudo, é importante continuar a toma destes fármacos durante o tempo indicado pelo médico, com vista a realizar o tratamento completo e a evitar recorrências.
– Internamento Hospitalar: Em alguns casos, a medicação oral não é eficaz e o doente pode necessitar de internamento hospitalar. A duração do internamento depende da gravidade da situação, e de como o doente responde ao tratamento. O tratamento pode incluir hidratação e antibiótico endovenoso. Enquanto o doente estiver internado, análises rotineiras de sangue e urina são realizadas, com vista a monitorizar a resposta à medicação instituída e a aferir quanto à progressão da doença.
– Tratamento Cirúrgico: A pielonefrite crónica (tradutora de infecções renais recorrentes) pode provocar diversas complicações, algumas das quais graves. Nestes casos, a cirurgia pode ser necessária para remover obstruções locais ou para corrigir problemas estruturais dos rins.
A cirurgia pode também ser recomendada para drenar um abscesso renal que persiste após antibioterapia. Em casos raros, a nefrectomia (procedimento que consiste na remoção total ou parcial de um rim) pode ser necessária.
Prevenção
Existem alguns comportamentos a adotar no cotidiano, que podem ajudar a prevenir o desenvolvimento da pielonefrite, designadamente:
– Ingerir bastantes líquidos (como água, chá e sumos naturais);
– Evitar o adiamento das micções (urinar frequentemente);
– As mulheres devem limpar a região perineal “da frente para trás”, após urinar ou defecar;
– Evitar, sempre que possível, a utilização de “produtos de higiene íntima”;
– Urinar após as relações sexuais, de modo a eliminar bactérias que possam penetrar no trato urinário e ser causadoras de infeção.
Tenho um episódio de podcast sobre esse tema: https://www.ourologista.com.br/podcast/episodio10/
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Dr. Giovanni Marchini – CRM-SP 124.952
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