Episódio 030 – Tenho Estenose de Junção Uretero-Piélica (JUP): como faço para salvar o meu rim?

# Neste episódio, eu respondo uma séries de perguntas do internauta Giuliano que está lutando para tratar uma estenose de JUP. De forma bem completa, comento todos os aspectos do tema à medida que resposta suas perguntas.
Abordamos:
- O que é estenose?
Estenose é um sinônimo técnico para estreitamento. Configura uma área de menor calibre em algo, uma região de afilamento.
- O que é estenose de JUP?
JUP é o acrônimo de junção uretero-pélvica, ou piélica. A estenose de JUP é o estreitamento da junção entre a pelve renal (a saída da via urinária do rim) e o ureter (canal que leva a urina do rim à bexiga). Assim, ocorre obstrução (de maior ou menor importância) ao fluxo da urina, que acaba se acumulando no rim. Isso, normalmente, gera uma dilatação nesse rim, o que chamamos de hidronefrose. Caso queira saber mais sobre hidronefrose em geral, deixo aqui o link para nosso episódio 28 do podcast (clique aqui).
- Causas
Podemos dividir a estenose de JUP naquelas de origem congênita ou nas secundárias/adquiridas
– Congênita: criança nasce com isso, sendo a mais frequente. Quando a causa é congênita, se dá por malformação na musculatura da junção ureteropélvica ou pela presença de vasos anômalos que comprimem a região da JUP.
– Adquiridas: se desenvolve na adolescência ou idade adulta. Aparece como consequência de cálculos renais ou após cirurgias prévias.
- Quadro Clínico
Hidronefrose pré-natal – o USG no pré-natal pode evidenciar uma pelve renal mais alargada; pode haver diminuição do líquido amniótico, mas não é comum
Dor lombar e abdominal
Quadros de hematúria – sangramento na urina
Infecções renais de repetição / ITUs de repetição
Compressão de órgãos vizinhos / Massa abdominal
Formação de cálculos renais
Hidronefrose + Hipertensão de difícil controle
- Exames Diagnósticos
Ultrassonografia pré-natal: irá detectar a possível dilatação anormal do rim no feto; em geral apenas um dos rins é acometido, estenose de JUP bilateral é rara.
Ultrassonografia pós-natal; ajuda a confirmar a dilatação renal.
Cintilografias renais: estática com DMSA (para avaliar funcionamento do rim, morfologia com cicatrizes, e proporção de funcionamento entre os rins) e dinâmica com DTPA (para avaliar a excreção renal)
Em casos selecionados, podemos solicitar a tomografia computadorizada de abdome e pelve, ressonância magnética de abdome, e/ou urografia excretora. Mas são exames de exceção.
Se suspeita de refluxo vesico-ureteral, solicitamos uretrocistografia
- Diagnósticos diferenciais
Cálculo ureteral obstrutivo
Tumores uroteliais / de via excretora urinária
Compressões extríncias do ureter ou da JUP
Megaureter
Estenose de JUV
Refluxo vésico-ureteral
- Indicações de Tratamento
- Presença de sintomas (descritos acima)
- Perda da função renal (diferença de função entre os rins > que 10% no DMSA)
- Piora evidente da função renal no DMSA no seguimento
- Tipos de Tratamento
O tratamento é cirúrgico na maioria dos casos.
Nos rins que apresentam função, faz-se a pieloplastia que consiste em retirar a área estenosada e refazer a junção da pelve renal com o ureter, restabelecendo o fluxo urinário normal. Utilizamos em geral a técnica de Anderson Hynes, que pode ser feita por via aberta, video-laparoscópica ou robótica. Tem sucesso acima de 90%.

Endoscópico – a laser com ureteroscopia flexível (chamamos de endopielotomia); em casos em que a cirurgia não é uma boa opção pelas condições clínicas do paciente. Ou em estenoses secundárias ou mesmo após uma pieloplastia. Sucesso próximo de 50% se bem selecionado o caso.
Nefrectomia. Nos casos em que o rim já não apresenta função (<10% no DMSA), procede-se a nefrectomia (retirada do rim), se sintomático.
Duplo J – Usamos um duplo J tanto na pieloplastia como na endopielotomia, fica internamente no paciente por 6 a 8 semanas.
- Evolução e seguimento
Dos sintomas – resolução completa
Do rim – DTPA deixa de ser obstrutivo, USG evidencia melhora (total ou parcial) da dilatação.
- Ouça o episódio e aprenda mais!
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Bom dia Dr., somente passando para avisar que o audio esta no podcast n° 28, sobre hidronefrose,
Olá desculpe, não entendi
att